Com a alta da inflação medida pelo INPC para 10,6%, as negociações com data-base em fevereiro (clique aqui para DOWNLOAD), segundo levantamento do Salariômetro (FIPE), ficaram predominantemente abaixo da inflação (55,7% dos casos), diferindo do ocorrido no mês de janeiro, quando foram mais concessivas. Com 15,1% das negociações coincidentes com o INPC, a mediana das negociações fechadas ficou em 10,2%, abaixo do índice de inflação. Quanto a projeção da inflação, a tendência é de queda a partir de junho.

O mês de fevereiro registrou saldo muito positivo de 328,5 mil empregos, segundo o Caged, mostrando a dinâmica do mercado de trabalho. Diante disso, após uma queda constante, o desemprego tem se mantido estável.

NEGOCIAÇÕES EM FEVEREIRO DE 2022

Diante da alta da inflação acumulada em 12 meses para 10,6% (INPC janeiro/2022), os dados mostram que em fevereiro de 2022 as negociações já fechadas com data-base no mês tiveram a mediana de reajuste abaixo da inflação.Com exceção das negociações com data-base em janeiro de 2022, nos últimos meses as negociações fechadas na data-base têm registrado perda, em relação a inflação, e gradativamente vão se alinhado com ao INPC. Olhando a trajetória dos últimos 12 meses, com as dificuldades para fechar acordos coincidentes com a inflação, e em razão dos orçamentos das empresas não terem previsto correções tão elevadas, muitos sindicatos seguem aceitando reajustes abaixo do INPC. Assim, os dados atualizados das data-bases dos últimos 12 meses seguem sem registrar reajuste mediano acima da inflação.Entretanto, percebe-se desde o segundo semestre uma maior pressão de sindicatos que aceitaram reajustes abaixo da inflação no período mais crítico da pandemia. Observando o consolidado dos últimos 12 meses, 19% das negociações apresentaram reajuste acima da inflação; 33,7% foram coincidentes com a inflação e 47,3% abaixo desta. Parte dos reajustes acima da inflação ocorreu quando a inflação estava mais controlada.

Em fevereiro de 2022, apenas 29,2% das negociações concluídas apresentaram reajuste acima da inflação e 15,1% coincidentes o índice.

No boletim divulgado pelo Salariômetro (FIPE) também estão disponibilizadas outras informações relativas às negociações coletivas com data-base em fevereiro já concluídas:

•        O mês de fevereiro mantém uma série de 12 meses com negociações sem a concessão de aumento real.

•        Nos últimos 12 meses, 66,5% das negociações registraram cláusulas de reajuste salarial. No ano, essa presença é de 57,1%.

•        Nos últimos 12 meses, 15,3% das negociações apresentaram reajuste salarial com teto de aplicação.

•        Nos últimos 12 meses, 59,9% das negociações registraram cláusulas de contribuições sindicais de trabalhadores e 14% contribuições de empresas.

INFLAÇÃO

O Salariômetro também traz a projeção do INPC para as próximas datas-bases dos bancos Santander e Itaú.O Itaú mantém a projeção da inflação acima dos 10% até maio de 2022, assim como o Santander. Ambos projetam uma queda da inflação a partir de junho chegando a 6,2% (Itaú) e 5,7% (Santander), em dezembro. A projeção é ligeiramente superior à registrada no último mês.

Brasil abre mais de 328 mil vagas de emprego

Dados do Caged apontam que o Brasil abril 328.507 vagas em fevereiro de 2022. O setor de Serviços foi o que mais gerou vagas (215.421), com todos os setores registrando criação de vagas. O resultado retoma a série positiva, que se seguia desde janeiro de 2021 e foi interrompida em dezembro. O resultado apresenta uma geração de empregos ligeiramente menor, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Observou-se 1,86 milhão de contratações em fevereiro de 2022, o que representa uma alta de 11,5% na comparação com janeiro de 2022 e uma alta de 8% na comparação com fevereiro de 2021.

O mês de fevereiro de 2022 tem alguns destaques:

•        O mês gerou o segundo maior número de vagas para o mês desde 2010.

•        O estoque de emprego formal (41,157 milhões) é o maior registrado ao fim do mês de fevereiro da série histórica.

•        O número de admissões realizadas em janeiro é 8% maior que a registrada no mesmo mês de 2021 e a de demissões é 14,8% maior.

•        Os estados de Roraima (1,63%), Goiás (1,33%), Mato Grosso do Sul (1,29%), e Paraná (1,25%) foram os que geraram a maior variação relativa de emprego no mês de fevereiro. Os maiores fechamentos relativos foram registrados em Pernambuco (-0,34%) e Alagoas (-0,16%).

•        No ano, os estados de Mato Grosso (3,%), Santa Catarina (2,29%), Goiás (2,29%) e Roraima (2,2%) registram a maior variação relativa de empregos. Os estados da Paraíba (-0,71%), Alagoas (-0,31%) e Rio Grande do Norte (-0,19%) são os últimos a registrar fechamento de vagas.

•        O trabalho intermitente registrou saldo positivo de 8.828 postos no mês de fevereiro, enquanto o trabalho em regime parcial registrou saldo positivo de 9.518. No ano, o saldo do trabalho intermitente é de 12,4 mil empregos, enquanto o do trabalho parcial é de 10,1 mil.

•        Os desligamentos por comum acordo foram 19.947. Isso representa 1,18% do total de desligamentos.

•        O salário médio real de admissão no mês de fevereiro foi de R$ 1.878,66. Em linha com o que vem sendo registrado nos últimos meses, já descontada a inflação do período.

Desemprego fica em 11,2%

O IBGE também divulgou os dados da Pnad Contínua do trimestre encerrado em Fevereiro. Entre os destaques:

•        A taxa de desocupação fechou o mês de fevereiro em 11,2%, mantendo-se estável desde o trimestre encerrado em dezembro, conforme gráfico do Portal G1.

•        A taxa de informalidade caiu para 40,2% da população ocupada.

•        A taxa de participação em fevereiro foi de 62,2%.

•        O número de desempregados recuou 19,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

•        O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas recuou 12,5% em 3 meses.

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