Com a sequência de altas dos índices de inflação medidos pelo INPC, o Salariômetro (FIPE) continua indicando reajustes reais negativos, com a mediana significativamente afastada da correção da inflação. Em setembro, o INPC registrou nova alta, com o acumulado chegando a 10,78% (clique aqui para DOWNLOAD) e a prévia da inflação de novembro já indica uma alta ainda maior. Neste cenário, nas negociações com data-base em setembro, apenas 12,4% registraram reajuste superior ao INPC e 70,1% ficaram menor que o índice.

Em outubro, mais uma vez o Brasil teve saldo positivo na geração de empregos, com 253 mil novos postos de trabalho, segundo o Caged. O encerramento da renovação de acordos com benefício emergencial impediu números ainda melhores. Com isso, o saldo já ultrapassou 2,6 milhões de empregos gerados em 2021. O desemprego apresenta queda, diante também do crescimento da ocupação informal.

NEGOCIAÇÕES EM OUTUBRO DE 2021

Diante da alta da inflação acumulada em 12 meses para 10,78% (INPC setembro/2021), os dados mostram que em outubro de 2021 as negociações já fechadas com data-base no mês tiveram a mediana de reajuste de 1,8 ponto percentual (p.p.) abaixo da inflação.

Entretanto, apenas 193 negociações (CCT e ACT) com data-base em outubro e com cláusulas de reajustes foram celebradas no país e depositadas no Sistema Mediador.

Com o fechamento de mais instrumentos coletivos referentes a meses anteriores, a mediana dos reajustes concedidos nas negociações com data-base em agosto, por exemplo, reduziu de 1,9 (apresentado no informe passado) para apenas 0,4 ponto percentual (p.p.) inferior ao INPC.

Olhando a trajetória dos últimos 12 meses, com as dificuldades para fechar acordos coincidentes com a inflação, e em razão dos orçamentos das empresas não terem previsto correções tão elevadas, muitos sindicatos seguem aceitando reajustes abaixo do INPC. Assim, todos os meses de 2021 seguem sem registrar reajustes acima da inflação.

Observando o consolidado dos últimos 12 meses, 21,6% das negociações apresentaram reajuste acima da inflação; 30,5% foram coincidentes com a inflação e 47,8% abaixo desta. Parte dos reajustes acima da inflação ocorreu quando a inflação estava mais controlada.

Em outubro de 2021, apenas 12,4% das negociações concluídas apresentaram reajuste acima da inflação.

No boletim divulgado pelo Salariômetro (FIPE) também estão disponibilizadas outras informações relativas às negociações coletivas com data-base em outubro já concluídas:

•        O mês de setembro completa uma série de 12 meses com negociações sem a concessão de aumento real.

•        Nenhum dos setores analisados registrou reajuste mediano com ganho real no mês de outubro.

•        Nenhum estado registrou reajuste mediano com ganho real no mês de outubro.

Outra análise do Salariômetro indica que tem havido um crescimento na presença de reajustes com escalonamento, com a curva de tendência saindo da faixa de 2,5% (2019) para próximo de 10% (outubro de 2021).Já a presença de teto para reajuste tem se mantido estável desde 2017, variando entre 10% e 15%.Além disso, também percebe-se que tem havido queda no teto mediano para reajustes salariais. A tendência que chegou a ficar próxima de R$ 8.000,00 (março de 2018), tem caído desde então, chegando a R$ 5.500,00 (setembro de 2021).

Projeção da Inflação – O Salariômetro também traz a projeção do INPC para as próximas datas-bases dos bancos Santander e Itaú.O Itaú projeta uma inflação acima dos 10,5% até abril de 2022, enquanto o Santander projeta uma queda da inflação entre novembro (11,1%) e maio/2022 (9,2%). Ambos os bancos projetam uma queda mais acentuada a partir de maio de 2022.

Brasil abre mais de 253 mil vagas em outubro. Dados do Caged apontam que o Brasil abriu 253.083 vagas em outubro de 2021. O setor de Serviços foi o que mais criou vagas (144.641), bem como o maior crescimento relativo (0,75%). À exceção da Agropecuária, os demais setores registraram alta na geração de empregos. O resultado para o mês registrou a décima alta consecutiva. O valor registrado sinaliza uma queda em relação a outubro de 2020 (388.938).

Em relação aos meses anteriores, o saldo de empregos formais segue crescendo. Observou-se 1,76 milhão de contratações em outubro de 2021, o que representa uma queda de 3,7% na comparação com setembro de 2021 e uma alta de 5,8% na comparação com outubro de 2020.Com o resultado, o ano chega a um saldo de 2,64 milhões de empregos criados, o melhor desempenho para o período desde 2010.

O mês de outubro de 2021 tem alguns destaques:

•        Com exceção da Agropecuária, todos os setores voltaram a registrar saldo positivo de empregos. O setor de Serviços (144.641) foi o que mais gerou vagas.

•        Com exceção do Amapá, todas as Unidades da Federação geraram emprego. As unidades com maior saldo positivo relativo foram Acre (1,15%); Paraíba (0,99%); Maranhão (0,95%) e Alagoas (0,94%).

•        O trabalho intermitente registrou saldo positivo de 9.448 postos, enquanto o trabalho em regime parcial registrou saldo positivo de 4.609.

•        Os desligamentos por comum acordo foram 18.479. Isso representa 1,23% do total de desligamentos.

O acumulado no ano de 2021 tem alguns destaques:

•        Todos os setores registraram saldo positivo de empregos. O setor de Serviços (1,14 milhão) é o que mais tem gerado vagas. A Agropecuária é o setor que menos gerou vagas no período (177.592).

•        Todas as Unidades da Federação têm saldo positivo de vagas. As unidades com maior saldo positivo relativo são: Mato Grosso (9,52%); Pará (9,08%); Santa Catarina (8,85%); Acre (8,77%) e Goiás (8,71%).

•        O trabalho intermitente registra saldo positivo de 72.532 postos, enquanto o trabalho em regime parcial registra saldo positivo de 38.475.

•        Os desligamentos por comum acordo, até o momento, foram 182.111. Isso representa 1,25% do total de desligamentos já realizados no ano.

O IBGE também divulgou os dados da Pnad Contínua do trimestre encerrado em setembro. Entre os destaques:

•        A taxa de desocupação fechou o mês em 12,6%, registrando uma queda constante desde abril de 2021.

•        A taxa de participação na força de trabalho tem registrado sucessivas altas desde abril de 2021, chegando a 61,9%.

•        O nível de ocupação chegou a 54,1%, reestabelecendo o nível de abril de 2020.

secretaria@fenaert.org.br

Fonte: FENAERT