O Salariômetro (FIPE) indica que nas negociações com data-base em março, apenas 8,6% registraram reajuste superior e 27,2% igual ao INPC. Esse baixo índice de negociações com ganhos reais é reflexo principalmente das consecutivas altas da inflação medida pelo INPC, que em janeiro alcançou o acumulado de 6,2% (clique aqui para DOWNLOAD), associadas ainda à crise econômica.

Em março, o Brasil surpreendeu novamente com a abertura de 184 mil vagas de trabalho, segundo o Caged. Esse é o melhor registro para o mês desde 2010, quando teve saldo positivo de 266 mil empregos.

NEGOCIAÇÕES EM MARÇO DE 2021

Em um cenário de incertezas sobre a recuperação econômica e a alta da inflação acumulada em 12 meses para 6,2% (INPC fevereiro/2021), os dados mostram que em março de 2021, as negociações já fechadas com data-base no mês tiveram a mediana de reajuste de 0,7 ponto percentual (p.p.) abaixo da inflação.

Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos meses, quando novas negociações eram registradas em suas respectivas datas bases e o reajuste real se aproximava de zero, observou-se neste mês que os dados relativos às datas bases de dezembro e janeiro apresentaram um aumento da diferença negativa entre os reajustes aplicados e a inflação, a exceção de fevereiro. Ou seja, com dificuldades para fechar na inflação, muitos sindicatos que resistiam acabaram cedendo com o aumento da crise sanitária e aceitando proposta menor. Assim, o reajuste abaixo da inflação é registrado pelo quarto mês consecutivo.

Em março de 2021, 8,6% das negociações concluídas apresentaram reajuste acima da inflação. Nos últimos 12 meses, 36,8% das negociações apresentaram reajuste acima da inflação; 32,8% foram coincidentes com a inflação e 30,4% abaixo desta. Parte dos reajustes acima da inflação se deu em ambiente de inflação mais controlada.

Brasil abre mais de 180 mil vagas em fevereiro

Dados do Caged apontam que o Brasil abriu 184.140 vagas em março de 2021. A Indústria e Serviços foram os setores com maior criação de vagas. Os demais setores também registraram saldo positivo no mês.Desde 2016, apenas em 2018 o mês de março havia registrado saldo positivo na criação de vagas. Porém, vale ressaltar que antes da recessão econômica o mês registrou uma série de 6 altas consecutivas (conforme gráfico abaixo).

Em relação aos meses anteriores, a abetura de vagas arrefeiceu em função principalmente da segunda onda da COVID e do aumento de demissões pelo fim do período de estabilidades nos acordos.

O mês de março de 2021 tem alguns destaques:

  • Todos os setores registraram saldo positivo de empregos. Serviços (95.553) e Indústria (42.150) foram os que mais geraram vagas.
  • As Unidades da Federação com a maior perda relativa de vagas foram: Ceará (- 0,13%); Pernambuco (- 0,22%) e Alagoas (- 2,36%). Do outro lado, os que mais geraram vagas proporcionalmente foram: São Paulo (0,41%); Minas Gerais (0,84%) e Santa Catarina (0,93%).
  • O trabalho intermitente registrou saldo positivo de 5.526 postos, enquanto o trabalho em regime parcial registrou saldo positivo de 2.783.
  • Os desligamentos por comum acordo foram 17.301. Isso representa 1,22% do total de desligamentos.

Fonte: Fenaert