O Salariômetro (FIPE) indica que nas negociações com data-base em maio, 28% registraram reajuste superior ao INPC (um aumento em relação aos últimos meses) e 20,8% igual ao índice. Esse baixo índice de negociações com ganhos reais é reflexo principalmente das seguidas altas da inflação medidas pelo INPC, que em abril havia alcançado o acumulado de 7,6% (clique aqui para DOWNLOAD).

Em maio, com o programa de suspensão de contrato e redução de jornada/salários reeditado, foram celebrados mais de 2,6 milhões de acordos, evitando muitas demissões. Com isso, somado à dinâmica econômica em recuperação, o Brasil mais uma vez teve saldo forte em abertura de vagas, com 280 mil novos postos de trabalho, segundo o Caged. O resultado positivo mantém um cenário muito positivo para o emprego formal, apesar do desemprego se mater em 14,7%, patamar recorde.

NEGOCIAÇÕES EM MAIO DE 2021

 Em um cenário de incertezas sobre a recuperação econômica e diante da alta da inflação acumulada em 12 meses para 7,6% (INPC abril/2021), os dados mostram que em maio de 2021, as negociações já fechadas com data-base no mês tiveram a mediana de reajuste de 0,6 ponto percentual (p.p.) abaixo da inflação. As negociações com data-base em março e abril de 2021 fechadas aproximaram a mediana dos reajustes destes meses ao valor do INPC, visto que a mediana tanto de Acordos como de Convenções estavam mais distantes do INPC. Ou seja, com dificuldades para fechar na inflação, muitos sindicatos acabaram cedendo diante da crise sanitária e aceitando propostas menores. Assim, nos últimos doze meses, o reajuste mediano não apresentou ganho real.

Em maio de 2021, 28,7% das negociações concluídas apresentaram reajuste acima da inflação. Nos últimos 12 meses, 38,9% das negociações apresentaram reajuste acima da inflação; 28,1% foram coincidentes com a inflação e 33% abaixo desta. Parte dos reajustes acima da inflação se deu em ambiente de inflação mais controlada.

No boletim divulgado pelo Salariômetro também estão disponibilizadas outras informações relativas às negociações coletivas:

 •       O total de negociações concluídas no período (janeiro a maio) é o segundo menor registrado desde a Reforma Trabalhista (superando apenas 2019).

•        Entre os acordos coletivos registrado em 2021, 18,5% tiveram prazo de vigência superior a 1 ano, mantendo uma estabilidade em relação a 2020. Ao passo que entre as convenções o percentual em 2021 é de 16,8%, um acréscimo de 3,7 p.p., em relação a 2020.

•        As cláusulas de maternidade, nos ACTs tem trazido em sua maioria o afastamento de 6 meses, enquanto nas CCTs a maioria prevê afastamento de 4 meses.

Brasil abre mais de 280 mil vagas em maio

Dados do Caged apontam que o Brasil abriu 280.666 vagas em maio de 2021. O setor de Serviços foi o com maior criação de vagas (110.956). Os demais setores também registraram saldo positivo no mês. O resultado para o mesmo mês em 2020 (início da pandemia) foi fortemente negativo.

Em relação aos meses anteriores, o saldo de empregos formais voltou a crescer, em virtude da reedição do programa de suspensão de contratos e redução de jornada, bem como da flexibilização de medidas restritivas. Observou-se 1,5 milhão de contratações em maio de 2021, o que representa um aumento de 11,5%, na comparação com abril de 2021.Esse é o quinto mês consecutivo com saldo positivo na geração de empregos, com o saldo total robusto e superando 1,2 milhão de vagas em 2021.

O mês de maio de 2021 tem alguns destaques:

•        Todos os setores registraram saldo positivo de empregos. Serviços (110.956) foi o que mais gerou vagas. A Construção foi o setor que menos gerou vagas no mês (22.611).

•        Todas as Unidade da Federação geraram emprego no mês de maio. As unidades com maior saldo positivo  relativo foram São Paulo (0,84%); Minas Gerais (0,75%) e Rio de Janeiro (0,55%).

•        O trabalho intermitente registrou saldo positivo de 8.851 postos, enquanto o trabalho em regime parcial registrou saldo positivo de 3.441.

•        Os desligamentos por comum acordo foram 15.802. Isso representa 1,25% do total de desligamentos.

Até o dia 29 de junho, o Governo contabilizou 2.664.161 acordos do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), segundo informações divulgadas pelo Ministério da Economia. Esses acordos foram fechados por 596.523 empresas e afetaram 2.386.284 trabalhadores.A maior parte dos acordos (1,12 milhão) envolveu suspensão dos contratos de trabalho. Em seguida, estão as reduções de 70% nas jornadas e salários (689,5 mil); as reduções de 50% (502,8 mil) e reduções de 25% (350 mil).O setor de Serviços lidera o número de acordos (1,3 milhão), seguido por Comércio (676 mil), Indústria (557 mil), Construção (46 mil) e Agropecuária (9,4 mil).

O IBGE divulgou a taxa de desemprego para o trimestre encerrado em abril. O total de desempregados ficou em 14,8 milhões de pessoas, ou 14,7%. A população ocupada (85,9 milhões de pessoas) também mostrou estabilidade em relação ao trimestre móvel anterior.

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