O Salariômetro (FIPE) segue indicando reajustes cada vez mais afastados dos índices de inflação medidos pelo INPC, que seguem em constantes altas. Em junho, esse alcançou o acumulado de 9,2% (clique aqui para DOWNLOAD), e a prévia da inflação de julho já indica um percentual ainda maior. Nas negociações com data-base em julho, apenas 27,5% registraram reajuste superior ao INPC e 13,2% igual ao índice.
Em julho, mais uma vez o Brasil teve forte saldo positivo na geração de empregos, com 316 mil novos postos de trabalho, segundo o Caged.Isso é reflexo da dinâmica da economia, que está em recuperação, somada ao reeditado programa de suspensão de contrato e redução de jornada/salários, que chegou a 3,2 milhões de acordos celebrados, alcançando quase 2,6 milhões de trabalhadores. Esses acordos tiveram prazo de validade até a presente data (26 de agosto) e agora dependem da aprovação da MP 1045 e de futuro ato normativo.
NEGOCIAÇÕES EM JULHO DE 2021
Diante da alta da inflação acumulada em 12 meses para 9,2% (INPC junho/2021) e de um cenário de recuperação econômica, os dados mostram que em julho de 2021, as negociações já fechadas com data-base no mês tiveram a mediana de reajuste de 1,6 ponto percentual (p.p.) abaixo da inflação. Com o fechamento de mais instrumentos coletivos, a mediana dos reajustes concedidos nas negociações apontados para os meses de maio e junho igualaram o INPC. Olhando a trajetória dos últimos 12 meses, com as dificuldades para fechar acordos coincidentes com a inflação, e em razão dos orçamentos das empresas, muitos sindicatos acabaram aceitando propostas menores. Assim, o reajuste mediano não apresentou ganho real. Nos últimos 12 meses, 29,8% das negociações apresentaram reajuste acima da inflação; 30,9% foram coincidentes com a inflação e 39,3% abaixo desta. Parte dos reajustes acima da inflação ocorreu quando a inflação estava mais controlada.
Em julho de 2021, apenas 27,5% das negociações concluídas apresentaram reajuste acima da inflação.
No boletim divulgado pelo Salariômetro (FIPE) também estão disponibilizadas outras informações relativas às negociações coletivas:
• O mês de junho completa uma série de 12 meses com negociações sem a concessão de aumento real.
• Os setores de “Comércio atacadista e varejista” (9,5%) e “Bancos e serviços financeiros” (9,2%) foram os únicos que registraram reajustes salariais no mês de julho acima da mediana nacional (7,6%).
• Os estados do Rio Grande do Sul (9,5%), Santa Catarina (9,4%), Paraná (9,2%) e São Paulo (8%) foram os únicos que registraram reajustes no mês de julho acima da mediana nacional (7,6%).
• A presença de cláusulas de ACT com quitação nos instrumentos coletivos mostra uma crescente desde a Reforma Trabalhista, subindo de 21,7% em 2017 para 26,6% em 2021.
Brasil abre mais de 316 mil vagas em julho
Dados do Caged apontam que o Brasil abriu 316.580 vagas em julho de 2021. O setor de Serviços foi aquele com maior criação de vagas (127.751). Os demais setores também registraram saldo positivo no mês.O resultado para o mês foi o melhor desde 2010, sendo o quinto ano consecutivo em que o mês de julho registra saldo positivo nos empregos.
Em relação aos meses anteriores, o saldo de empregos formais voltou a crescer, chegando ao 7º mês consecutivo com geração de empregos (ou o 12º, caso desconsidere-se dezembro). Observou-se 1,65 milhão de contratações em julho de 2021, o que representa um aumento de 3,1%, na comparação com junho de 2021, e de 41,9% na comparação com julho de 2020.Com o resultado, o ano chega a um saldo de 1,85 milhão de empregos criados. Com isso, até o momento foram criados quase 756 mil empregos a mais do que o total de empregos perdidos no mesmo período de 2020.
O mês de julho de 2021 tem alguns destaques:
• Todos os setores voltaram a registrar saldo positivo de empregos. O setor de Serviços (127.751) foi o que mais gerou vagas. A Agropecuária foi o setor que menos gerou vagas no mês (25.422).
• Todas as Unidade da Federação geraram emprego. As unidades com maior saldo positivo relativo foram São Paulo (0,82%); Minas Gerais (0,79%) e Rio de Janeiro (0,58%).
• O trabalho intermitente registrou saldo positivo de 7.665 postos, enquanto o trabalho em regime parcial registrou saldo positivo de 4.028.
• Os desligamentos por comum acordo foram 17.585. Isso representa 1,31% do total de desligamentos.
O acumulado no ano de 2021 tem alguns destaques:
• Todos os setores registraram saldo positivo de empregos. O setor de Serviços (756.263) foi o que mais tem gerado vagas. A Agropecuária é o setor que menos gerou vagas no período (177.604).
• Apenas uma Unidade da Federação está com saldo negativo na geração de empregos: Alagoas, com redução de 0,43% no total de vagas de emprego. Já as unidades com maior saldo positivo relativo até o momento são Mato Grosso (8,27%); Goiás (7,2%); Acre (6,69%); Santa Catarina (6,45%) e Tocantins (6,3%).
• O trabalho intermitente registra saldo positivo de 41.180 postos, enquanto o trabalho em regime parcial registra saldo positivo de 22.196.
• Os desligamentos por comum acordo, até o momento, foram 117.623. Isso representa 1,25% do total de desligamentos já realizados no ano.
Benefício Emergencial – Até o dia 24 de julho, o Governo contabilizou 3.271.513 acordos do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), segundo informações divulgadas pelo Ministério da Economia. Esses acordos foram fechados por 634.125 empresas e afetaram 2.592.524 trabalhadores, considerando-se apenas o programa no ano de 2021.A maior parte dos acordos (1,36 milhão) envolveu suspensão dos contratos de trabalho. Em seguida, estão as reduções de 70% nas jornadas e salários (788,6 mil); as reduções de 50% (613 mil) e reduções de 25% (505,5 mil).O setor de Serviços lidera o número de acordos (1,64 milhão), seguido por Comércio (792,2 mil), Indústria (747,6 mil), Construção (54,2 mil) e Agropecuária (11,8 mil).Apesar de o BEm ter sido encerrado na 4ª feira (25), o Congresso tem até o dia 7 de setembro para aprová-lo. A diferença se dá em virtude do recesso legislativo.
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