As conquistas e os desafios do setor de rádio e TV foram o foco do debate no painel “ABERT, Anatel e MCTIC”, que aconteceu na quarta-feira (23) durante o 25º Congresso Gaúcho de Rádio e TV, em Canela (RS).
“Um painel como esse é muito importante porque o setor ainda carece de desburocratização. Então temos que discutir a necessidade de reduzir nossas assimetrias regulatórias, principalmente com as outras mídias, que são as digitais”, afirmou o diretor geral da ABERT, Cristiano Lobato Flores.
Entre as prioridades do setor, Flores destacou a conclusão do processo de migração do rádio AM para FM, a necessidade de maior transparência dos processos, sistema Mosaico e a finalização do desligamento do sinal analógico. O diretor geral da ABERT ainda cobrou um cronograma de implementação das melhorias pela Anatel e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Em resposta a algumas demandas apresentadas por Flores, o coordenador geral de Outorgas do MCTIC, Samir de Oliveira Cunha Ramos, destacou em sua apresentação que os principais objetivos da atual gestão são: tornar a Secretaria de Radiodifusão (SERAD) totalmente digital, deixar o fluxo dos processos não superior a um mês e permitir o acesso, em tempo real, dos processos em andamento.
“Também vamos rever o processo de migração AM-FM. Por meio de um novo decreto, as rádios que não pagaram o boleto terão oportunidade de pagar e as emissoras que não migraram terão oportunidade de migrar. Daremos mais transparência e melhorias no andamento dos processos de outorga, como celeridade e redução do tempo de análise. Queremos que a análise final do ministério caia de cinco dias para apenas 30 minutos”, disse Ramos.
A especialista em regulação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vanessa Cristina Monteiro, falou sobre a modernização do setor e as mudanças que a entidade vem fazendo para melhorar os processos de rádio e TV em tramitação na Agência.
“Tanto o plano de FM quanto o de AM terão novas resoluções. Vamos tirar todas as resoluções anteriores e substituir por uma só, para desburocratizar essa questão. Estamos fazendo reuniões abertas para discutir os requisitos técnicos dos serviços de TV, FM e AM porque queremos escutar os próprios radiodifusores”, comentou Vanessa.
Ao todo, 168 rádios do Rio Grande do Sul pediram a migração. Desse total, 44 aguardam a faixa estendida de FM e 18 ainda estão em estudo. Em todo o Brasil, 1.755 emissoras solicitaram a mudança de faixa e 772 já concluíram o processo.
Outros painéis
O dia ainda contou com painéis que discutiram marketing, área comercial, cenário político e econômico.
Pela manhã, na palestra de abertura do Congresso da AGERT “Marketing + Comercial: a integração que gera resultado”, Marcelo Leite, diretor de Marketing do Grupo RBS, lembrou que as emissoras precisam apontar tendências e orientar o cliente sobre como investir.
“Conhecer a jornada do consumidor nos permite fazer um produto melhor para eles e, também, oferecer algo melhor para nosso anunciante”, afirmou Leite.
O segundo painel do dia mostrou um panorama político e econômico e teve como palestrante João Borges, comentarista de economia da GloboNews. “Do ponto de vista econômico, o ano de 2020 pode ser melhor do que o que foi previsto até agora”, disse.
Em outro painel, o secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten, e o secretário Nacional de Publicidade, Glen Valente, falaram sobre o trabalho que vem sendo realizado pela SECOM e destacaram a missão de melhorar a divulgação de mídia junto às emissoras.
“Nosso compromisso é inovar nos critérios de pesquisa e planejamento de mídia para que todos sejam contemplados”, destacou Wajngarten.
O último painel do dia abordou a inteligência de mercado para emissoras de rádio e TV e teve a participação do fundador da Escola de Marketing de Alta Performance e Inovação (EMAPI/Unisinos), Juan Pablo Boeira.
Fonte: ABERT.