O Café da Manhã da Radiodifusão, organizado pela AESP e pela ABERT, dia 09, durante o NAB Show em Las Vegas (EUA), contou com um recorde de mais de 140 inscrições. No evento os radiodifusores brasileiros tiveram a oportunidade de compartilhar experiências com profissionais norte-americanos. David Layer, engenheiro da NAB (National Association of Broadcasters), mostrou como as smart-speakers (caixas de som inteligentes) estão mudando o comportamento da audiência de rádio. E como a combinação de rádio híbrido e digital podem ser um caminho promissor para o mercado radiofônico.
David Layer, que é Engenheiro e Vice-Presidente do Departamento de Tecnologia e administrador do Comitê de Rádio da NAB (National Association of Broadcasters), trouxe dados importantes sobre o comportamento do público nos Estados Unidos no uso das smart-speakers. Para se ter uma ideia do cenário positivo para o rádio, 25% do uso dos dispositivos são destinados para ouvir música pelo rádio. E 15% para ouvir notícias e programas de conversação de rádios AM/FM. As ações mais solicitaras pelo consumidor são 28% para perguntas gerais e 27% para as condições do tempo.
David Layer alerta que não há mais o receptor tradicional de rádio AM e FM nas residências dos Estados Unidos, mas isso não é necessariamente um problema, já que as smart-speakers são uma febre no país e tem impulsionado o consumo de rádio, porém via streaming.
Combinações Rádio Híbrido e Digital
Layer destaca que o mercado de radiodifusão norte-americano acredita que a combinação entre Rádio Híbrido e Rádio digital pode ser um caminho promissor para o meio rádio. Sistemas como esse, em exposição na NAB Show através de um modelo da montadora Audi, permite uma integração entre essas tecnologias, provendo mais experiências aos usuários.
O rádio híbrido trabalha da seguinte maneira: ele recebe o sinal do ar (FM e AM, analógico e digital) e usa a internet para receber outros dados, como detalhes de programação, imagens (logotipos, capa de álbuns, dados de artistas), interação entre audiência e estações de rádio, entre outras facilidades. Se o ouvinte sai da área de cobertura do sinal do ar, o sistema altera automaticamente para o áudio via streaming da emissora “sintonizada”.
Esse sistema não é uma novidade nos Estados Unidos, mas ganha em aprimoramento e também em adesão. E, segundo Layer, conforme mais rádios automotivos embarque a tecnologia, mais relevante ele será. E, combinado com as transmissão do ar em formato digital, a tendencia é que o sistema custe menos para os radiodifusores e de melhor experiência para a audiência.
Digitalização
Layer também chama a atenção para o processo de digitalização do rádio em alguns países, visto como necessário para o futuro do rádio. Por exemplo, o engenheiro mostrou o avanço do consumo e da disponibilidade do HD Rádio nos Estados Unidos, sistema que tinha um pouco mais de 3 milhões de receptores em 2010 e evoluiu para mais de 59 milhões em 2018, segundo dados da XPeri e apresentado por Layer.
David também destacou como as rádios AMs norte-americanas estão aproveitando a digitalização para se manterem relevantes. Nos Estados Unidos e, também no México, emissoras AMs utilizam canais em FM digital para se tornarem acessíveis a mais receptores, ampliando também a disponibilidade de canais em vários mercados. Em resumo, a migração do AM no México ocorre para canais em FM digitalizados. Em outros casos, AMs nos Estados Unidos utilizam FMs analógicos de formato “tradução” (de baixa potência) para também disponibilizar mais canais.
Atenção para o consumo de rádio pelos mais jovens
O consumo de rádio nos Estados Unidos para ouvir música segue em alta e estável em relação aos anos anteriores. Trata-se da plataforma preferida, com 31% (a frente do streaming como 27%). É um valor considerável, mas há um alerta: Layer alerta para os valores de consumo de música nas faixas etárias mais jovens, com o rádio indo para 12% na preferência contra 60% do streaming (para o público entre 16 e 19 anos). O engenheiro faz esse alerta para que a indústria fique atenta às gerações mais novas.
Outro ponto: o smartphone passa a ser o dispositivo mais utilizado para ouvir música por 25% do público geral, contra 30% do rádio (receptor FM/AM). Mas esses valores também mudam nas faixas mais jovens nos Estados Unidos, elevando o smartphone para 45% nas faixas mais jovens (16 a 19 anos), contra 7% do receptor. Os dados são de 2018 (Audiomonitor).
Fonte: tudoradio.com
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